31.1.07

Relato de uma mulher revoltada em fase de TAFT (Tesão Acumulado Faz Tempo)



Quanto maior o desespero, mais rápido os homens que circulam por nossa vida sobem de
categoria. Aquele que era "Nem que a vaca tussa", vira: "Hum, quem sabe numa balada,
eu pego". O tempo passa, a escassez continua e rapidamente ele é promovido a
"E não é que dá pra pegar?". A carência só aumenta. Pega sua agenda, faz as contas e:
"Caramba, amanhã faz 6 meses que eu não dou!", e de "Pegável", instantaneamente,
o cara ganha um Upgrade: passa para "Dável".
Sim meus amigos, esta é a situação que eu me encontrava no final do ano passado.
Nessa fase de tesão encubado, apenas um "peguetezinho" circulava pela minha vida,
o Bernardo. Ele era um tanto quanto sério, falava pouco, ria pouco. Se houvesse um
percentual de tesão, acho que o meu por ele seria 0,01%. Mas depois de 6 meses, cara,
até o Tiririca despertaria um ligeiro fogo em mim. Meus pais foram comemorar mil anos
de casados em Fernando de Noronha. Deviam tá transando até não poder mais.
Meu irmão, foi pra Floripa, me ligou radiante dizendo que já tinha comido 7.
Até meu cachorro tava dando umas carcadas na cadelinha do 6º andar.
Minha família inteira fazendo sexo e eu a ver navios? Fala sério!!! Apelei pro Bernardo.
- "Bê... Num quer vir aqui tomar um vinho, ver um filme?". Acho que ele também devia estar
no desespero. Em 15 minutos o cara tava lá em casa. Mal o cara pisou aqui em casa meu
cachorro grudou na perna dele e começou aquele movimento de meteção, sabe qual é?
E eu gritando: - "Sai daí, Marley! Deixa o Bernardo em paz!".
A 1ª coisa sexual da noite já tinha acontecido, e não foi comigo. Seria isso um sinal? Enfim,
a parada começou. Beijinhos, mãos ainda tímidas, um ritmo normal. Ao me ver sem roupa,
ele solta um: - "Aaaaaahhh, nossa, que tesão!". Tranquilo né?!?.
Auto-estima até sobe um pouquinho. Imagina se ele me vê sem roupa e diz "Se cobre", ,
então,"Desliga o abajur"? Só que a partir daí, o cara simplesmente NÃO PARAVA de falar!
Qualquer movimento, ou qualquer parte do meu corpo era motivo pra gemer e falar.
- "Aaaaahhh que boquinha.. nossa, que peitos! Aaaaaaahhh que bundinha!"...
Depois do "Aaaaaaahhh que bundinha", eu senti uma tendência brega no ar.
Além do que, a gemeção dele tava um pouco exagerada.
- "Esfrega essa bundinha em mim, vai, esfrega!" - disse ele e eu: - "Hã???"...
- "Só um pouquinho, esfrega, vai!" - (e fazia cara de tesão, fazendo biquinho e fechando
os olhinhos). Caramba, como assim, maluco? Esfregar a bundinha? Tá achando que minha
bunda é Assolan pra ficar esfregando aí?!? - "Não, nãoooo quero".
Depois dessa, o pouco tesão que eu sentia por ele quase se extinguiu.
Me senti na cama com o Galvão Bueno. Sexo mudo é uma droga, mas cara;
Há um intervalo, um espaço mínimo, uma divisão equilibrada entre, falar,respirar e fazer.
Onde estava aquele rapaz calado e sério? Agora tudo que eu via era uma matraca brega
querendo meter em mim. Comecei a beijá-lo freneticamente pra que não houvesse a mínima
possibilidade dele pronunciar uma palavra sequer. Eu parecia um desentupidor de pia.
E com certeza ele achou que eu devia estar excitadíssima, né?
Quando comecei a brincar com o objeto da criança, ele me fala:
-"E aí, gostou da surpresa?" - o matraca outra vez.
-"Como assim surpresa, ele vem dentro do Kinder Ovo?"
- rebati eu, com meu super humor de momento.
-"Não, gostosa. Lembra que eu te falei que calçava 45?".
De repente, me vem a mente e eu penso alto...
- "PÁRA!!! PÁRA TUDO!!! AAAAAAAARGHHHHHHHHH!!!"...
-"Como assim, pára tudo???".
Na moral, onde esse homem aprendeu a trepar? Ele é filho do Reginaldo Rossi e eu não sabia?
-"Vem cá, você quer que eu vire pro lado e durma AGORA? Ou prefere que eu mande o Marley
arrancar teu pau?" - eu disse.
- "Calma, tesudinha.(tesudinha???). Foi brincadeira." - tenta ele se desculpar.
- "Brincadeira o caramba. Brincadeira brega. Muito brega. Cortou totalmente o clima.
Broxei totalmente. Virei pro lado, fechei os olhos, esperando ele se mancar e ir embora.
Daí ele me puxou e começou com o carinho lingual na minha companheira "tcheca".
Até que isso ele fazia direitinho. Nada de exepcional, mas dentro dos padrões.
Confesso, isso me reacendeu. E cara... 6 MESES!
Pensei: "Tá, já que tô aqui, vamo acabar logo com essa merda". E o sexo propriamente dito
começou. Ele urrava, parecia um rinoceronte. Bicho, eu tava vendo a hora que a polícia ia
bater aqui achando que eu tava matando alguém a facadas, pedradas ou coisa do gênero.
A parada acaba. Tá beleza. Deu uma aliviada né? E eu pensando: "Agora se veste e vai embora".
Doce ilusão. - "Vem pra cá. Me abraça. Me dá um beijo. Faz carinho. Foi bom pra você?
Tem coca cola? Em quanto tempo você quer dar mais uma? Bota uma música?".
(Parecia aquelas velhas que sentam do teu lado no ônibus e contam toda a história da família)
Comecei a mandar indiretas sutis:
- "Caramba, eu tenho dentista 8:30hs da manhã. Já são mais de 4hs. Putz, preciso dormir..."
e nada dele se tocar! Ficava vendo meus livros, minhas fotos, me dava um beijo.
Eu já tava totalmente vestida, e ele só de cueca. Bem, vou ter que ser mais direta.
-"Olha só, melhor você ir se vestindo, eu já tenho que ir dormir" - disse tentando
não ser tão grossa, mas querendo deixar bem claro, se é que vcs me entendem, e ele diz:
- Peraí, deixa eu brincar um pouquinho com o Marley".
Ele começou a correr pela minha casa com o cachorro. Brother, que cena tosca! Eu tava quase
pegando a vassoura e colocando atrás da porta. Botei meu chinelo, apaguei todas as luzes da
casa, fui pra cozinha, e fiquei ao lado da porta de braços cruzados com a chave na mão.
Ele não íaaaaaaaaa embora, ficou 3 eras glaciais me abraçando. Tava quase empurrando e
fechando a porta na cara dele. Finalmente ele se foi. Fiquei até mais leve. Ufa! Que pesadelo!
Me ligou no dia seguinte de manhã, 10hs da matina. Não atendi. E assim foi por duas semanas.
14 dias de bina. Tive momentos de seca depois, mas JAMAAAAIS pensei em fazer isso de novo.
Prefiro passar o resto dos meus dias na companhia de meus dedos do que
apelar prum troço desses... sai de mim, URUCUBACAAA!!!""
Autora Desconhecida

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