24.1.07

O namoro e a abdução


Sempre que a gente começa a namorar jura que daquela vez vai ser diferente. Já levamos porrada demais na vida para saber que não é pra mudar completamente por causa de um relacionamento e que o nosso estilo de vida é bom demais para ser deixado de lado.
Por isso, não vamos mais ficar só na função do pretê. Não vamos alterar alguns de nossos hábitos. Não vamos deixar de ver os amigos.
Aí, depois de alguns meses de namoro, você percebe que meio que está só na função do pretê. Alterou algum dos seus hábitos (como ouvir muito Fellini e Chico Buarque). E deixou de ver alguns amigos.
De quem é a culpa? Ora, a culpa é nossa, claro! Aquela coisa de projetar nossos problemas nos outros já passou, pelo menos eu espero. Ninguém te obrigou a parar de ouvir Chico Buarque. Você parou porque se deixou abduzir um pouco.
Depois de constatado esse fato, é hora de mudar. Você passar a gritar para si mesma que a vida sempre foi um bloco do eu sozinho. Estamos sós nessas. A vida é ótima, mas é assim. E agora, eu em primeiro lugar. Se funciona? Claro que funciona! Depois de um tempo, a gente percebe que consegue sim mudar quando quer.
E que namorar é ótimo. Mas não dá, nunca, para viver sem fazer novos amigos de infância. Passar uma tarde toda ouvindo um disco só pra lembrar da adolescência. Gritar com os amigos na pista de dança, ser meio intelectual, meio de esquerda nos botequins.
E, no meu caso, não dá para viver sem ouvir: Luka ,Zeze e Luciano, a Nitinha falar "eu adoro nosso estilo de vida", a Rose dizer só "mais um cerveja"...
PS. E não custa repetir que namoro não é cura para a vida. E que sozinhas ou acompanhadas, sempre teremos motivos para reclamar. Da vida.

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