31.5.08



Dalton Vigh chora nos bastidores de 'Duas Caras'

Dalton Vigh disse, em entrevista à Ana Maria Braga nesta sexta-feira, que chorou antes de gravar uma das últimas cenas do personagem Marconi Ferraço em Duas Caras, em que ele contracenava com a atriz Betty Faria.

"Quando me dei conta de que seria minha última cena com a Betty Faria, comecei a chorar. Tive que me segurar na hora de gravar", contou Dalton Vigh, completando que se apegou à colega de elenco depois de passar meses trabalhando com ela.

Para Dalton Vigh, Marconi Ferraço terminaria a novela como vilão. "Pensava que ele iria querer roubar o filho ou fugir ou algo assim", disse. "Para mim foi uma surpresa. Nunca imaginei que ele iria ficar com a Maria Paula (Marjorie Estiano)."

"A trajetória do Ferraço na novela foi me comovendo. Eu compactuei com ele, fui torcendo pelo Ferraço. É importante você ver que errou, se arrepender e querer arrumar as coisas", disse ele.

Sonho de infância

Dalton Vigh afirmou que, de certa forma, realizou um sonho de infância com Marconi Ferraço. "O visual do personagem foi inspirado no James Bond, no último filme dele. A cor de cabelo por exemplo. Para mim foi legal porque eu estava me sentindo o James Bond", disse ele.





Duas Caras' bate recorde na reta final

O antepenúltimo capítulo de "Duas Caras", exibido ontem, bateu o recorde de audiência da novela de Aguinaldo Silva. A trama marcou 51 pontos no Ibope, com 70% dos televisores ligados O recorde anterior do folhetim era de 49 pontos.

No capítulo de ontem, Aguinaldo alfinetou a censura, mostrando uma cena em que o show de "pole dance" de Alzira (Flávia Alessandra) era interrompido por policiais. Os outros personagens da novela criticaram a intervenção e discursaram em favor da liberdade de expressão.

Antes de editar o último capítulo de ‘Duas Caras’ — no ar hoje, com 60 minutos de duração —, o diretor Wolf Maya (ao lado, com o autor, Aguinaldo Silva) falou à ‘Telenotícias’ sobre a novela. Feliz com o sucesso da produção, que na quinta-feira atingiu 51 pontos de média e 56 de pico, Wolf dedica a vitória à equipe, ao elenco e à integração com o autor.

— Quais os prós e os contras de ‘Duas Caras’?
— A grande inovação foi retratar um universo nunca mostrado nas novelas. A miscigenação das classes sociais e raciais, sem estereótipos; a sociedade alternativa, as relações com o poder; a milícia na favela da Portelinha. Além da forma de crônica que reinventou ganchos dramatúrgicos, de contar as situações. Só com o tempo as pessoas vão perceber o quanto ‘Duas Caras’ inovou a dramaturgia brasileira.

— O que funcionou e o que não funcionou?
— Tudo deu certo. Houve harmonia entre elenco, direção e autor. Andando numa linha, no fio da navalha, com cuidado para não se machucar, cair, se ferir. O que atrapalhou desde o início foi que tivemos o olhar regulador do Ministério Público, com novo sistema de classificação etária. A ‘pole dance’ foi nossa primeira vítima e tivemos que sacrificar Alzira, uma personagem contemporânea, mulher independente, com uma carreira bem-sucedida, que muitos homens ainda não estão preparados para aceitar.

— Você acha que a novela sofreu com a ‘censura’?
— Acredito que o Ministério deve avaliar sua forma de atuar, porque senão vai se expor como órgão repressor.

— Concorda que a novela não teve um protagonista?
— Em termos. O que acontece é que normalmente os personagens das novelas vêm na frente da história. ‘Duas Caras’ foi ao contrário, a história veio na frente. Talvez esteja aí a força dramatúrgica.

— Alguns personagens perderam o pique, tipo Evilásio e Júlia. Depois que ela foi morar na favela, a personagem ficou meio apagadinha. Já estava previsto?
— O ápice dos personagens foi a paixão e a repressão étnica. Já a disputa entre Evilásio e o padrinho, Juvenal, não deu tão certo. Tenho certeza de que nas novelas as coisas humanas atingem mais as pessoas do que as políticas e sociais. No comparativo, Evilásio teve um início mais pungente.

- Como você lidou com Dalton Vigh e Marjorie Estiano, que pela primeira vez encararam protagonistas em uma novela das 21h?
— Dedico aos atores a vitória da novela, que na quinta-feira teve recorde de audiência. Tivemos elenco de veteranos maravilhoso e jovens em começo de carreira que sobressaíram. Foi realização conjunta e todos brilharam. Tendo bons atores a gente consegue contar a história. Estou muito orgulhoso.

— Você acha que as novelas perderam audiência para outras mídias?
— Sem dúvida. Era para a novela ter dado 10 pontos a mais. Hoje as pessoas ficam mais tempo no computador. Faz parte do nosso tempo. Nos próximos anos, quero ver como a TV aberta se comporta e no próximo projeto ver como posso absorver isso para trazer de volta o espectador espontâneo, que não paga pela programação.


Veja aqui antes: cena do primeiro capítulo de 'A Favorita'
Flora (Patrícia Pillar) deixará o presídio (foto) depois de cumprir pena de 18 anos pelo assassinato de Marcelo, em ‘A Favorita’, próxima novela das oito da Globo, que estréia segunda-feira. Ela acorda e diz: “Chegou o dia!”. A rival, Donatela (Claudia Raia), num rancho chique, também se levanta e já vai falando no celular: “Tenho certeza de que é hoje o dia e estou sabendo que ela vai sair da penitenciária lá pelas 9h30. Olha lá, não vai me perder essa vagabunda de vista”.

Enquanto isso, Flora arruma a bolsa e recebe um dinheiro da carcereira, que se despede: “Você está livre. Boa sorte e seja feliz!”. O detetive contratado por Donatela segue Flora para garantir que ela não se aproxime de Lara (Mariana Ximenes). Passando por um comício, a ex-presidiária percebe que está sendo seguida e consegue escapar, mas acaba atropelada pelo jornalista Zé Bob (Carmo Dalla Vecchia) que, preocupado, socorre a vítima.

Nenhum comentário: