Ainda era comecinho de julho quando uma grande amiga me disse: “Estamos quase no Natal”. Concordei imediatamente. Quando o segundo semestre começa, o Natal aparece no horizonte como uma ameaça. Inexoravelmente, o dia 24 chegará e nos ocupará com suas exigências sociais, formais e afetivas.
Transformar a data em algo menos obrigatório, mais espontâneo, menos chato, mais amigável e solidário tem sido um desafio para mim. Desde que descobri que Papai Noel não existe não gosto da data.
A alegria forçada do Natal sempre me fez ficar deprimida. Nada mais patético na condição humana do que a cultura da felicidade levada ao extremo, acrescida da hipocrisia que se espalha nas relações humanas nesse período.
Prometo manter minha disposição de conferir naturalidade aos dias que se seguem, como se não houvesse nada de diferente neles. Carrego comigo uma pequena receita de sanidade:
1. Evite compras de última hora, seja de presentes, seja de supermercado.
2. Responda gentilmente quando as telefonistas, caixas ou vendedoras desejarem aquele falso feliz Natal. Não se irrite. Se a irritação for inevitável, faça de conta que está tudo bem e espere passar
3. Não compre presentes idiotas para pessoas de quem você verdadeiramente não gosta. Use o dinheiro numa doação para quem realmente precisa
4. Se a sua família já é difícil de aturar, evite aquelas roubadas do tipo “dar uma passadinha na casa do tio da prima do namorado da sua cunhada”
5. Fale com pessoas de quem você realmente gosta, mas com quem não teve tempo de estar o quanto gostaria durante o ano
6. Esqueça a obrigação de ser feliz e aproveite a mesa farta.
7. Não beba demais ou tudo poderá ser usado contra você
8. Não tente trocar os presentes dia 26
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