Quer botar silicone?
por Fernanda Santos
Vai turbinar os seios? Então esclareça agora suas dúvidas sobre cirurgia, cicatriz, preço e tamanho
Não tem jeito, silicone virou moda. Negue, a menos que você tenha seios fartos, que nunca pensou nessa possibilidade. Atire a primeira pedra quem nunca usou um sutiã com enchimento e caprichou no decote pra ir naquela balada imperdível. Se jamais quis pôr silicone, ok, pule esta reportagem. Mas, se tem sonhado com isso, devore a matéria, porque vamos esclarecer suas dúvidas.
Antes, um toque importante: não faça nada por causa de alguém. Ou seja, não entre num centro cirúrgico e tome anestesia só porque seu namorado ama peitões ou porque os meninos com quem se relaciona acham isso fundamental numa mulher. Fundamental numa mulher é ela se aceitar, se respeitar. Portanto, caso decida colocar silicone, faça isso porque você quer (e somente por você).
O cirurgião plástico, Alberto De Luiz, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, de São Paulo, responde suas dúvidas cruéis.
1. Tem uma idade certa para colocar silicone?
O critério não é a idade e sim o desenvolvimento da mama. O ginecologista pode ajudar nessa tarefa. Menores de 18 precisam de autorização dos pais.
2. Como é a cirurgia?
Você entra em jejum no centro cirúrgico, toma anestesia local (e um remédio para dormir). O médico faz o corte, de cerca de 5 centímetros, introduz o silicone e dá pontos. Em geral, isso dura umas duas horas. Normalmente, você volta para casa no mesmo dia. Depois de quatro ou cinco dias, o médico tira o curativo, e após sete a dez dias, os pontos.
3. Onde fica a cicatriz?
Pode ficar em três lugares, dependendo de onde foi feito o corte: embaixo do seio, na aréola, ou ainda axila.
4. A cirurgia dói?
Em geral, não. Das operações estéticas é a que menos causa dor depois. O que pode acontecer é você colocar uma prótese muito grande e sentir algum desconforto nos primeiros dias.
5. Qual é o tamanho mais indicado?
Você e o médico devem chegar a um acordo. Alguns cirurgiões fazem um teste bem bacana antes da operação: você vai ao consultório com um sutiã sem ferrinho e sem enchimento e leva várias blusinhas, com diferentes decotes. Testa Evários tamanhos de próteses e tem idéia da que fica mais legal.
6. E se a prótese encapsular?
A cápsula em torno da prótese sempre se forma - é uma defesa do organismo a um corpo estranho. Algumas pessoas criam cápsulas mais fortes, que apertam a prótese, causando dor e enrijecimento da mama. Hematomas e infecções podem contribuir para o problema. Se isso acontecer, é preciso desfazer as cápsulas e, às vezes, trocar o silicone. Com próteses mais modernas, isso acontece cada vez com menos freqüência.
7. O silicone pode vazar?
Não! As próteses modernas possuem um silicone coeso, que parece uma gelatina bem firme. Mesmo que por algum motivo ela se rompa, é muito difícil o que tem dentro vazar.
8. Depois de quanto tempo pode fazer ginástica?
Os exercícios físicos mais vigorosos (lutas) só podem ser feitos depois de dois meses. Os demais, após um mês. Caminhadas estão liberadas depois de uma semana.
9. Fica muito inchado?
Não, depois de cerca de um mês desincha completamente.
10. Tem que usar sutiã?
Sim! É obrigatório até para dormir, por um mês, pois ajuda na sustentação da mama. Também é bom usar no dia-a-dia. Claro que você pode esquecer dele quando quiser abusar do decote.
11. Quanto tempo dura?
Em média, a proótese dura uns dez anos. Mas é sempre indicado checar depois de uns seis ou sete anos, ou até antes se houver necessidade.
12. O silicone atrapalha os exames da mama?
Não. As próteses são colocadas ou embaixo do músculo ou entre a glândula e o músculo.
13. Quanto custa?
Depende do médico e de onde será feita a cirurgia. Em geral, paga-se entre R$ 5 mil e R$ 8 mil. Planos de saúde não cobrem, mas alguns hospitais do SUS fazem cirurgias estéticas gratuitas ou por um custo baixo. As filas são imensas e pode demorar alguns anos até conseguir.
Se você tiver dúvidas, procure pelo nome do profissional no site www.cirurgiaplastica.org.br
Mary Kate e Ashley Olsen recebem proposta da Playboy
Desde pequenas, as irmãs gêmeas Mary Kate e Ashley Olsen são conhecidas através dos vários filmes e seriados que estrelaram, e estão entre as atrizes que mais acumularam dinheiro na história da TV e do cinema.
Embora com personalidades e gostos diferentes as duas tem uma inegável semelhança física, o que acabou chamando a atenção da Playboy.
Desde que as garotas completaram 18 anos, a Playboy já demonstra interesse em mostrar as gêmeas do jeito que vieram ao mundo. Só que elas sempre rejeitaram a proposta.
Desta vez a proposta vale US$20 milhões, valor recorde pago até hoje para uma celebridade posar nua.
Quem sabe agora com essa grana toda as gêmeas Olsen, 21 anos, resolvem ceder à tentação de mostrar até onde vai essa semelhança...
A assessoria das irmãs Olsen, não confirma se elas aceitaram a proposta da Playboy.
Maria Paula livra Ferraço da prisão
Duas Caras
A nutricionista impede que a rival coloque seu ex na cadeia e ainda dá uma surra na maluca quando sabe que Renato escapou por pouco garras dela
Muito mais segura, Maria Paula (Marjorie Estiano) decide dar uma guinada, tomando as rédeas de sua vida. E a virada começa quando Sílvia (Alinne Moraes) inicia sua vingança contra Ferraço (Dalton Vigh). Primeiro, a megera passa na escola de Renato (Gabriel Sequeira), mas não o encontra.
Em seguida, vai à casa de Maria Paula e depara com o menino sozinho. A doida só não mata Renato porque Ezequiel (Flávio Bauraqui) chega a tempo de impedir. Ao saber disso, Maria Paula não pensa duas vezes: procura a rival e lhe dá uma surra de tirar sangue.
Ainda com a cara inchada, Sílvia vai a uma delegacia de polícia e entrega um dossiê sobre a vida de Ferraço, denunciando-o pelo golpe que deu em Maria Paula. O delegado, então, procura a nutricionista e, informalmente, tenta confirmar a história. Em vão. Maria Paula fica ao lado do ex-marido e se nega a falar sobre o assunto. E, para não ser intimada oficialmente, ela decide se casar com Ferraço. Mas Sílvia não dorme no ponto. A vilã transa com João Batista (Júlio Rocha) novamente e, em troca, o faz prometer ser testemunha contra o ex-patrão. Ou seja, vem briga boa por aí.
Cólica todo mês pode ser endometriose
A doença provoca dor e pode até impedir a gravidez. Por isso, saiba como vencer esse mal
Cólicas fortes, diarréia, dificuldade para engravidar e dores na relação sexual: esses são os principais sintomas de um mal que atinge cerca de 10% das brasileiras em idade reprodutiva. Infelizmente, muitas dessas mulheres demoram para ir ao médico e receber o diagnóstico correto. É que as cólicas da endometriose surgem durante o período menstrual e vão embora logo em seguida. Por isso, são confundidas com as cólicas menstruais normais. Muitas mulheres só descobrem a doença quando querem engravidar e, depois de várias tentativas, não conseguem. A seguir, as respostas de vários especialistas para as dúvidas mais freqüentes em relação à endometriose.
1. O QUE ACONTECE NO ÚTERO?
Dentro do útero, há um tecido chamado endométrio que, todo mês, aumenta de tamanho na expectativa de receber um óvulo fecundado. Quando não ocorre a gravidez, ele é eliminado na menstruação. Mas pode tomar um caminho errado e se instalar em vários locais do abdômen. Ele aumenta e diminui de tamanho todo mês, causando muita dor.
2. POR QUE ESTÁ SE TORNANDO COMUM?
Apesar de ter sido descrita há mais de dois séculos, trata-se de uma doença feminina típica dos hábitos de vida modernos. Nos últimos 50 anos, a mulher passou a menstruar mais cedo e a entrar na menopausa mais tarde. Além disso, ela adia a maternidade e tem menos filhos. Por causa de todos esses fatores, as mulheres de hoje menstruam mais. O resultado é uma exposição mais longa à ação do hormônio estrógeno, o grande causador da endometriose.
3. COMO ELA AFETA A FERTILIDADE?
Cerca de 30% das mulheres que sofrem de endometriose não conseguem engravidar. Isso ocorre porque o tecido que “foge” do útero causa aderência entre os órgãos (eles ficam “colados” uns nos outros) e isso dificulta a fecundação do óvulo.
4. QUAL SERIA O TRATAMENTO MAIS INDICADO?
A ciência ainda não descobriu uma cura para a endometriose. A boa notícia é que ela pode ser facilmente controlada. Em alguns casos, a simples interrupção da menstruação pelo uso de pílulas anticoncepcionais é suficiente para fazer a doença regredir. Dependendo da paciente, o médico pode ainda optar pela indução de uma menopausa precoce, que interrompe a produção de estrógeno no organismo.
5. E SE OS REMÉDIOS NÃO FUNCIONAREM?
Para os casos mais graves, há outra alternativa: eliminar totalmente o tecido. Isso pode ser feito por meio de uma cirurgia — relativamente simples —, semelhante a um exame de videolaparoscopia. Após essa operação, a maioria das mulheres volta a ter uma vida praticamente normal.
Acerte no creme. Sua pele agradece!
Com tanta novidade no mercado, é preciso escolher o hidratante ideal para o seu rosto e corpo
Se você é daquelas mulheres que não podem ver um potinho de creme novo e já vão logo comprando, cuidado! Você pode acabar levando gato por lebre e se arrepender. “Antes de mais nada, é fundamental identificar seu tipo de pele e saber para qual finalidade você precisa de determinado creme. Pode ser apenas para hidratar a pele, caprichar no bronzeado, dar mais firmeza, combater o envelhecimento, e assim por diante”, diz Maria de Fátima Pereira, dona da Clínica Esthetic Pro, em São Paulo. Depois disso, é só ler atentamente a bula do produto escolhido, seguir as recomendações do fabricante e aguardar o bom resultado.
Sua pele é oleosa, normal, seca ou mista?
. Oleosa: os poros são dilatados e há brilho excessivo. Pode ter cravos, acne e nódulos. Esse tipo de pele é comum em nosso país.
. Normal: a pele tem viço, é bonita, firme e apresenta brilho sem oleosidade.
. Mista: a pele concentra oleosidade na zona T (testa, nariz e queixo), enquanto as maçãs do rosto são secas ou normais.
. Seca: os poros são fechados e a pele é bastante opaca. Pode descamar com facilidade e costuma ser muito sensível.
Para comprar um produto, é preciso saber:
. Se a fórmula do hidratante combina com a sua pele. Para as oleosas, produtos à base de gel. Para as normais, loções. As secas merecem hidratantes tipo creme; para as mistas, o ideal são as emulsões.
. Se o creme escolhido é válido para todo o rosto ou restrito apenas à zona T, que precisa de cuidados bastante especiais.
. A validade dos produtos, que merece atenção redobrada. Os que estão fora do prazo não funcionam.
. O que diz a bula. Há informações que farão seu creme render 100%. Preste atenção no “modo de usar” do produto.
. Que não se deve esfregar o cosmético na pele com força. Prefira movimentos leves, para não agredir o rosto.
. A quantidade exata a passar e se é melhor usá-lo de manhã ou à noite para alcançar o resultado esperado.
. Onde adquirir produtos de qualidade. Hoje em dia, até os supermercados oferecem serviço de demonstradoras de produtos de beleza. Então, antes de realizar qualquer compra, converse com elas e tire suas dúvidas.
Sobre os hidratantes
. Para uma absorção mais eficiente, aplique o hidratante logo após o banho. “Com a pele ainda úmida, a capacidade da substância de penetrar na pele é maior”, explica Maria de Fátima.
. Os braços e as pernas podem, sim, receber o mesmo produto. Mas, segundo a especialista, os braços devem ter hidratação redobrada, pois estão muito expostos ao sol e ao vento, mais do que as outras partes do corpo.
. Como são áreas mais oleosas, o colo e as costas necessitam de um hidratante que dê equilíbrio à pele. Aposte em produtos que combatem a oleosidade. Eles são uma boa pedida.
. Evite cremes oleosos nos pés, para que não fiquem escorregadios. Prefira um hidratante à base de silicone, que forma um tipo de película na pele.
. Escolha um produto com princípios ativos (aloe vera, elastina, colágeno) e vitaminas A, C e E, por exemplo. Os elaborados à base de óleo devem ser evitados, pois apenas lubrificam sem penetrar realmente na pele.
. As regiões mais ásperas do corpo, como calcanhares, cotovelos, joelhos e até glúteos, pedem uma esfoliação pelo menos uma vez por semana. Só depois elas devem ser hidratadas.
. Muita atenção: não é recomendável usar o mesmo produto no corpo e no rosto. Tenha sempre cremes com ações específicas para cada região. E é fundamental não sair de casa sem proteção solar no rosto. Primeiro faça uma boa hidratação da pele, para só em seguida aplicar o protetor solar.
O lindo casamento de Laura e Miguel
Desejo Proibido
Após tantos conflitos, os dois sobem ao altar e encontram a felicidade
O público pediu e assim será: Laura (Fernanda Vasconcellos) e Miguel (Murilo Rosa) terão um final pra lá de feliz no último capítulo de Desejo Proibido. Antes, porém, ainda sofrerão bastante e enfrentarão vários obstáculos.
Em breve, a jovem será seqüestrada a mando de Cândida (Eva Wilma) e chegará a acreditar que nunca mais verá seu grande amor. O crime é uma vingança da megera pela morte de Henrique (Daniel de Oliveira). Cândida não perdoa a moça por ter abandonado seu neto e pensará até em matá-la.
Felizmente, o plano da víbora dá errado. Laura é resgatada pela polícia e Miguel, e então os dois decidem não esperar mais nada para realizar o sonho de viver juntos.
A bela e o ex-sacerdote marcam o casamento e se unem numa romântica cerimônia diante de parentes e amigos queridos de Passaperto. Laura é conduzida ao altar pelo pai, Chico (José de Abreu), e o matrimônio é celebrado pelo Padre Inácio (Marcos Caruso), que os abençoa, para a felicidade de todos.
Sílvia é assassinada por Ferraço
Duas Caras
Ele matará a ex para impedir que ela tire a sua vida, a de Renato e de Maria Paula
A obsessão de Sílvia (Alinne Moraes) por Ferraço (Dalton Vigh) chegará às últimas conseqüências na reta final de Duas Caras. E quem vai acabar levando a pior será a psicopata. Ela vai ser morta pelo ex-noivo após uma emboscada da maluca para exterminar o empresário, Maria Paula (Marjorie Estiano) e o filho deles, Renato (Gabriel Sequeira). O empresário agirá em legítima defesa e, assim, deverá ficar preso por dois anos.
Rumo ao fim
Já nos próximos capítulos, Sílvia fica completamente fora de si por causa do rompimento definitivo com Marconi. A diabólica, então, vai atrás de Renato, mais uma vez disposta a matá- lo. Primeiro, a doida chega à escola da criança dizendo que foi buscar o menino mais cedo a mando do pai. Frustrada porque o garoto havia deixado o colégio antes do horário habitual, a perua maligna segue para a residência de Maria Paula e espera a empregada sair para as compras. Minutos depois, a bruxa toca a campainha, Renato, inocente, abre a porta e Sílvia o obriga a deixá-la entrar. A sorte é que Ezequiel (Flávio Bauraqui), pouco antes, tem uma visão da perversa arrastando o guri pela mão e corre para o lar de Maria Paula. Ele chega no momento exato em que a desmiolada se prepara para atingir a cabeça de Renato com um pesado objeto. Desnorteado, o bom homem a expulsa do apartamento e liga para Maria Paula. Cega de ódio, a jovem invade a mansão de Branca e dá uma tremenda surra na rival. Sílvia apanha, mas não deixa por menos: vai à delegacia e presta queixa-crime contra Ferraço, mostrando a polícia um dossiê com todos os crimes dele, inclusive contra Maria Paula.
Horas mais tarde, a mãe de Renato é procurada pelas autoridades e fica sem saber se confirma ou não que Ferraço lhe deu um tremendo golpe há 12 anos. Enquanto isso, disposta a reforçar a denúncia, Sílvia entra na casa do ex e tenta pegar documentos no cofre do quarto dele. O ricaço, que está no trabalho, é avisado da presença da louca em sua mansão e pede ajuda a Branca (Susana Vieira) que corre até o local para tirar a filha de lá. Só que a loira fica estarrecida ao encontrar a perigosa herdeira com uma peixeira em punho procurando arrombar o tal cofre.
Quando Branca tenta intervir, é atacada por Sílvia e só não é morta pela filha porque Bárbara (Betty Faria) aparece, se atraca com a ex-patroa e a desarma.
Ferraço surge em seguida e Silvia se agarra aos pés dele, pedindo para reatarem. O milionário, claro, se recusa, principalmente porque Branca revela que a exnoiva o denunciou. Ferraço, no entanto, será ajudado por Maria Paula, que aceita se casar com ele. Só que o matrimônio deixará Sílvia ainda mais desequilibrada. Ela armará um plano para exterminar toda a família de Ferraço. Para se defender e também a nova esposa e o filho, Marconi matará Sílvia, numa das cenas mais fortes da trama.
Caso Isabella: a dor da falta de sentido - Arnaldo Jabor
Tentei não ler sobre a morte de Isabella. Evitei na época detalhes do assassinato do menino João Helio – na minha profissão há que selecionar horrores. Mas não consegui. Vi o desfecho do caso da menina.
A tragédia não é só das vítimas, mas nós também sofremos para entender o mal incompreensível. Cresce aos poucos pele de rinoceronte em nossa alma; com coração mais duro, ficamos mais cínicos, passivos diante da crueldade.
Como escreveu Oswaldo Giacoia Jr: “O insuportável não é só a dor, mas a falta de sentido da dor, mais ainda, a dor da falta de sentido.”
Como entender que um pai e uma madrasta possam ter ferido, estrangulado e atirado uma menininha de 5 anos pela janela? Como entender a cara sólida e cínica que eles ostentam, para fingir inocência? Como não demonstram sentimento de culpa algum? Ninguém berra? Chora? Como podem querer viver depois disso? Como essa família toda – pais, mães, irmãos – se une na ocultação de crime? Como o avô pôde dizer com cara-de-pau que “se meu filho fosse culpado eu denunciaria? Que quer esta gente? Preservar o nome da família? São parentes ou cúmplices? Como podem os advogados de defesa posar de gravata e terninho e cara limpa, falando de “terceira pessoa”? Sei que responderiam: “todos têm direito de defesa...”, mas, como é que eles têm estômago?
A polícia deu um show de bola pericial no caso Isabella, mas dá para sentir que nossa estrutura penal está muito defasada. Como se pode tolerar que sujeito que foi condenado na semana passada somente a 13 anos por ter esquartejado a namorada, alegando “legítima defesa”, possa ficar em liberdade “até esgotar todos os recursos que a lei prevê?” Como entender que o jornalista Pimenta das Neves, que premeditou o assassinato da namorada com dois tiros pelas costas e na cabeça, condenado já há seis anos, esteja em liberdade? E aquele garoto que matou pai e mãe nos Jardins de SP e a família rica conseguiu esconder?
As leis de execução penal têm de ser aceleradas, as punições, mais temíveis, mais violentas, mais rápidas. Há crescimento da crueldade acima de qualquer codificação jurídica. Esta lentidão, arcaísmo da Justiça é visível não só nos chamados “crimes de classe média”, como na barbárie que galopa nas periferias. O Elias Maluco – lembram? – aquele que matou o Tim Lopes com golpes de espada, estava em “liberdade condicional”, pois a lei concede isso ao “cidadão”. Que cidadão? O conceito de cidadania tem de ser revisto. Cidadania é merecimento. Surgiu na miséria do país uma raça de subhumanos, sub-bichos que todos os dias degolam, esquartejam, botam no “microondas”, e são “cidadãos.” Qual será o nome dessa coisa informe que a miséria está gerando? É uma mistura de lixo e sangue, uma nova língua de grunhidos, mais além da maldade, uma pura explosão de vingança. Não se trata mais de uma perversão do “humano”, mas, do “animal” em nós.
Há novas formas de crime que tem de ser estudadas e antigos direitos e penas, revistos. Os pensadores da Justiça continuam a tratar os crimes como “desvios da norma”. Tem que acabar o tempo dos casuísmos, das leniências, das chicanas. Vivemos trancados num racionalismo impotente diante desse bucho indomável da miséria. Vejo se formar desejo crescente pelo horror, pela crueldade, quase uma fome de catástrofe. Não falo dos analfabetos desvalidos e loucos, mas os assassinos de classe média já têm o prazer perverso de fazer o inominável.
E este casal de pedra, estes monstros? Será que vão se defender em liberdade, esgotando “todos os recursos da lei”, como o esquartejador com “justa causa” ou o assassino daquela menina morta pelas costas, livre e solto? Serão condenados a 10 aninhos com atenuantes e macetes? Que acontecerá com eles, depois de estrangularem e jogarem a filha pela janela?
A lei tem de ser mais temida, rápida, cruel. Por que tantos crimes contra as crianças? O caso do João Hélio, crianças decapitadas na Febém, jogadas em pântano em Minas, no lixão, aquela psicopata em Goiás que contratava meninas pobres para torturar, pedofilia, tudo...
As crianças são fontes inconscientes de terror, de Herodes a Édipo e Moisés. O rei Agamenon matou sua filha Ifigenia para ter tempo bom em guerra. Que dizem os antropólogos dos rituais de matança de inocentes, como foi em nossa terra Pedra Bonita, que ficou vermelha do sangue? Em sociedades primitivas, o sacrifício de animais e o sangue de inocentes servem para afastar doenças, prever futuro, saciando o ódio dos deuses. Será que matam nessas crianças o horror a futuro que não há?
É tão inútil usar as palavras racionalmente diante da brutalidade deste “outro pais” do crime e da miséria, que caio em desânimo.
Perguntamos, horrorizados: “Por que fizeram aquilo?”. Resposta: “Por nada...”
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